Capítulo 048/02- O INÍCIO DA VERDADE.
Bella– POV
Minhas
mãos tremiam. Todo meu corpo demonstrava ansiedade e temor. Várias cenas horríveis
rodavam em minha mente e inúmeras perguntas surgiam; Como Jenks podia ter
morrido? Será que Edward havia descoberto que ele era a pessoa que havia me
ajudado a fugir e se esconder e por isso o teria matado? E o que mais temia;
será que além de todas as fraudes no processo contra Edward ele também tinha se
tornado um assassino?
Eu
não sabia o que pensar. Eu me recusava acreditar que ele havia se transformado
dessa maneira, mas o olhar em seu rosto quando observava a foto de Jenks no
jornal me deixava ainda mais nervosa, apavorada e irritada.
- Você acha que eu tenho algo a ver com a
morte de Jenks Isabella? - rosnou aproximando-se de mim e segurando meu queixo
em sua mão, forçando meu olhar de encontro ao seu.
- EU NÃO SEI! – gritei tentando fugir do
seu agarre - Eu não sei do que você é capaz de fazer, eu não sei como confiar,
somente sei que alguém que era importante em minha vida apareceu morta depois
que você começou a fazer parte dela novamente - balbuciei, deixando que as
lágrimas escorressem por meus olhos – Jenks era meu amigo, ele me ajudou quando
precisei, ajudou Maggie, eu... me diga
...por favor ...
- Espere! - pediu Edward, sacudindo a
cabeça, franzindo os olhos em desgosto - Porque porra você disse que ele é
alguém importante na sua vida? O que o homem que contratei para te seguir por
mais de dois anos tem a ver com sua vida? Como você conheceu Jenks? - pediu
agitado - FALA! – gritou me assustando – Isabella por Deus me conte a verdade –
pediu angustiado, como se quisesse falar mais. Mas suas poucas palavras já
haviam chamado minha atenção.
- Você... você contratou Jenks para me
seguir? – perguntei atônita, apavorada que minhas suspeitas haviam se
confirmado – Então você realmente conhecia Jenks? Meu Deus Edward... JENKS FOI QUEM ME AJUDOU, FOI JENKS QUE ME
AJUDOU A SE ESCONDER DE VOCÊ! VOCÊ NUNCA PROCUROU POR MIM - gritei de volta,
soltando-me do seu aperto, notando seu corpo ficar estático e a face retorcida como
se tivessem acabado de lhe desferir um golpe profundo - Edward.. por favor....
me diz que você não fez isso... por favor!
- Você acha que eu nunca procurei por
você? Você simplesmente acha que iria embora da minha vida sem nenhuma
explicação e eu não iria atrás? – sorriu com escárnio – você acredita muito
pouco em mim Isabella – comentou soltando-me - Agora entendo porque nunca te
encontrei antes- murmurou - Jenks trabalha para minha família há anos Bella. Esse
desgraçado faz todo tipo de serviço para meu pai, dos quais eu duvido que possa
imaginar, ele tem acesso a muita documentação de nossa empresa, e não tenho
mais dúvidas de que com isso ele conseguiu manipular toda essa situação. Você nunca se perguntou como ele conseguiu
registrar nossa filha sem que eu soubesse? Ou como conseguiu financiar o que fosse
para te manter longe de mim? – perguntava aflito, andando até a janela,
observando a chuva torrencial que caia sobre a cidade, criando um plano de
fundo para a tormenta que ocorria em nossas vidas, ajudando a criar um ambiente
ainda mais hostil – Eu confrontei esse bastardo – confessou ainda de costas
para mim – no dia que te encontrei em um PUB, desconfiei que algo muito podre
estava acontecendo, e ordenei que o trouxessem para mim.
- O que você fez Edward? – perguntei aproximando-me
sutilmente – Por favor... não me diga que você...
- Eu não o matei – cortou-me – mas dei um
tiro em seu joelho – respondeu sombriamente, girando seu corpo de frente ao meu
– Eu queria matá-lo e ainda iria querer se o bastardo já não estivesse morto.
Ele me manipulou Isabella. Ele mentiu, traiu de forma sórdida. Mas do que
ninguém Jenks sabia da minha aflição, do meu desespero para encontrar você –
confessava, demonstrando através das nuances de raiva em sua face, vestígios do
meu antigo Edward, o homem por qual havia me apaixonado perdidamente - Eu
morria um pouco a cada dia e perdia as esperanças em cada resposta negativa nos
relatórios que ele me entregava sobre seu desaparecimento. Não me julgue por querer matar esse merda,
porque você não sabe o que eu passei – irritou-se levantando a voz – Enquanto você
o ajudava a te esconder de mim, eu sofria porra! Quem me garante que vocês dois
não riam de mim pelas costas? Eu posso suportar que Jenks tenha se aproveitado
do meu sofrimento Bella, porque esse filho da puta confessou que queria você –
rosnou – Mas não posso suportar que você tenha feito isso comigo deliberadamente
– disse com os olhos marejados e uma tristeza tão profunda que naquele momento
acreditei realmente que me contava a verdade. A verdade sobre tudo.
Edward não havia
me traído. Edward não havia matado Jenks, embora não negasse o desejo de
fazê-lo. Edward havia sido manipulado e agora eu acreditava que eu havia sido
também. Nós dois erámos peças de um jogo sórdido. Pessoas haviam jogado com
nossas vidas, desde o nosso namoro e ambos não havíamos dado conta disso, até
esse momento.
- Eu nunca zombei
de você Edward. Eu confesso que nunca questionei as ações de Jenks tampouco. Eu
estava perdida, aflita, morta com a possibilidade de sua traição, sozinha e com
medo de perder nossa filha com seu poder, que nunca questionei suas ações, um
pouco antes de me formar, eu soube que não havia uma maneira de que havia registrado
Maggie em seu nome sem ser por meios inescrupulosos. Mas eu já estava
envolvida, eu precisava trabalhar para sustentar nossa filha e não podia ter
algo que prejudicasse minha índole profissionalmente, por isso nunca levei
adiante minha suspeitas, e acima disso tudo, eu simplesmente amava o fato de que
nossa filha tivesse seu sobrenome, de alguma forma doentia eu sentia você perto
de mim, era como se algo me dizia que você iria nos encontrar por esse motivo. Isso
sempre esteve em minha mente, mesmo que eu não quisesse aceitar – revelei - Eu
também sei que ele nutria algum tipo de sentimento por mim – confessei notando
seus lábios em uma linha rígida de fúria contida – mas eu nunca tive nada com
ele, nunca sequer me aproximei dele dessa maneira Edward. Eu sempre fui sua,
isso nunca mudou – repeti pegando sua face entre minhas mãos – por favor
acredite em mim – pedi.
- Você é minha
Swan – rosnou, levando as mãos em minha nuca bruscamente, e tomando meus lábios
com os seus – acredito em você, mesmo porque aquele viado confessou que não
tinha te tocado quando implorava para não morrer em minhas mãos – confessou, fazendo
com que um sorriso malvado enfeitasse o rosto perfeito me deixando surpreendentemente
excitada.
- Você não pode
matar pessoas Edward – sussurrei em seus lábios.
- Não... somente
aquelas que nos separaram baby – sussurrou de volta, passando o nariz em minha
bochecha, esfregando seu rosto no meu.
- Pessoas tramaram
contra nós – continuei murmurando, dando acesso ao meu pescoço.
- Eu sei.. eu sei
baby, mas você não precisa se preocupar com isso, eu vou cuidar de tudo, todos
que nos traíram vão pagar – avisou, buscando meus olhos novamente.
- Você tem em
mente quem fez isso conosco?... Você acha... acha que pessoas próximas a nós
tem algo a ver com isso? – perguntei, querendo saber de suas suspeitas.
- Já disse para
não se preocupar com isso ...
- Não me venha com
essa merda Cullen – esbravejei, saindo dos seus braços – Não foi somente você
que sofreu com essa separação. Nós dois fomos enganados e por isso nossa filha foi
atingida no processo. Por muito tempo eu observei nossa menina esperar por
você. Ninguém mexe com minha filha e fica impune – rosnei – portanto se você
acha que vou ficar aqui sentada, desconfiada das pessoas, enquanto você está lá
fora procurando os culpados, você tem que pensar em outra coisa!
- Fico morrendo de
tesão quando você joga de mamãe urso, toda raivosa, protegendo sua cria –
gemeu, levando a mão em seu pau e ajustando, fazendo-me ofegar.
- Não tente me
distrair – acusei irritada – estou falando sério Edward, ou somos uma frente
unida de uma vez por todas, ou ...
- Não se atreva a
terminar essa frase Swan – esbravejou, cobrindo minha boca com sua mão enorme –
não há possibilidade alguma de que fiquemos separados novamente. Eu venho
tentando enfiar isso na sua cabeça teimosa desde que nos reencontramos, estamos
juntos e agora é para sempre. Você vai vir morar comigo, vai transformar minha
casa, em nossa casa, porque lá temos como proteger nossa filha, eu prometo não esconder
nada de você, mas tenho uma condição.
- Qual condição –
pedi ofegante, diante de suas palavras e do poder que emanava delas. Edward
sempre havia me atordoado quando deixava seu lado poderoso e dominante fluir ao
meu lado.
- Case-se comigo
Bella. Vamos formar a família que havíamos prometido um ao outro desde o
início. Por nós, por Maggie, para mostrar a esses filhos da puta que tentaram
nos separar que eles não venceram e nunca irão conseguir – pediu, encarando-me com os olhos verdes
cheios de angústia, raiva, desejo e principalmente amor.
- Não é tão
simples assim....
- Não começa com
isso Isabella. Porra! - irritou-se
agarrando-me pelos ombros – Você não vai fugir de mim novamente.
- Estou
processando você Edward! – esbravejei de volta – Como se não bastasse toda essa
merda envolvendo nós dois, ainda temos que pensar em todas aquelas provas de extorsão,
lavagem de dinheiro... – divagava andando aflita pela sala. – Você fez tanta
merda!...
- Essas provas não
são contra mim Isabella – anunciou tirando-me dos meus devaneios.
- Não são Como
assim não são? Estão no processo contra você, algumas...
- São evidências
forjadas por Jenks para livrar meu pai de acusações – suspirou profundamente,
passando as mãos pelo cabelo – Bella... Carlisle não pode ser acusado ou
processado por nada, se isso ocontecer ele perde a Presidência das
Industrias...
- Você.... você
está me dizendo que você assumiu a culpa por seu pai? – perguntei estupefata –
porque você faria uma sandice desta?
- Porque desde que
você foi embora da minha vida, eu não tive mais motivos para ser correto – deu de
ombros – nada me importava, eu não tinha mais que provar a você que eu poderia
ser um cara honesto. Eu me tornei o homem que Carlisle queria, eu deixei o
monstro verde me dominar – revelou, fazendo que um frio horripilante passasse
por meu corpo.
- Edward.. seu
pai... você acha.... – balbuciava, mal conseguindo proferir as palavras que
queriam sair através das imagens em minha mente, notando Edward retesar e uma
fúria assassina dominar seu rosto.
- AQUELE FILHO DA PUTA!
A vingança procede sempre da fraqueza da alma, que
não é capaz de suportar as injúrias.