Capítulo 034/02-
PASSADO,PRESENTE E FUTURO.
Bella – POV
Eu encarava a figura atordoada de Rosalie em
minha frente, ou seria o contrário? Ela que me encarava surpresa? Seja lá o que
for; eu realmente começava acreditar que a vida estava tentando me pregar uma
peça. Eu sabia que ela iria me cobrar por ter escondido do homem que um dia
amei loucamente que ele tinha uma filha. Eu nunca me ludibriei achando que não
enfrentaria uma tormenta por isso, principalmente por conhecer o lado
tempestivo do pai dela; mas eu sempre procurei acreditar que quando chegasse o
momento Maggie estaria mais velha, eu estaria com minha carreira ajustada e principalmente
não nutriria mais nenhum sentimento por aquele que havia destruído meus
sonhos.
Mas a vida mais uma vez me mostrava que ela
seguia o curso de acordo com suas necessidades e desejos, e não os meus.
- Puta merda Bella! – exclamou Rose jogando o
dossiê de Edward em cima da mesa – quais são as chances disso acontecer? –
exclamou pasma.
- Nem me diga – bufei, esfregando minha mão no
rosto, tentando acalmar a fadiga. Estávamos horas lendo as páginas e mais
páginas do processo contra ele; e mais esgotada do que fisicamente eu estava
mentalmente. Eu não podia acreditar nas coisas que lia; lavagem de dinheiro, violações das leis antitruste,
sonegações fiscais, obstrução da justiça, fraudes, corrupção e formação
de quadrilha. Era simplesmente inconcebível para mim que Edward, aquele mesmo
Edward por quem me apaixonei perdidamente era o mesmo homem que estava descrito
nas linhas do processo e tinha voltado para si tantas acusações.
A cada página do imenso processo, eu me sentia orbitando
entre duas realidades distantes. Porque eu conhecia o cara arrogante,
presunçoso, intimidante e prepotente por qual me apaixonei, e eu sabia que ele nunca poderia se sujeitar á
tantos crimes de forma irracional. Não era do seu perfil, cada célula do meu
corpo, cada lembrança ainda se recordava do caráter dele. Eu nunca imaginei e nem podia visualizar
Edward envolvido com alguns crimes descritos ali, porém, em contra partida e
por experiência própria eu sabia que ele possuía pessoas demais á sua
disposição, diversos tipos de pessoas de personalidade dúbia que estariam
dispostas a sujar suas mãos em seu lugar. Havia sido assim na universidade e ao
que parecia isso só tinha se intensificado durante os anos.
- É realmente difícil de acreditar nisso... – continuou ela se referindo a Alice,
fazendo-me me esquecer por alguns instantes das acusações e me atentar
novamente para o fato da nova piada em minha vida. Quais eram as chances de
minha maior rival em Oxford, a mulher que fez meus últimos meses de graduação serem
um inferno ser a advogada dele?
- Nem me fale Rose – bufei – Como se não bastasse ter que
enfrentar Edward e ter todo o drama de Maggie eu ainda tenho de lidar com Alice
Brandon – gemi torcendo a boca na menção do seu nome. Eu simplesmente abominava
aquela nojenta sem coração, e não era de espantar que seu caminho se cruzasse
com o de Edward.
Os arrogantes sempre se encontravam.
- O que você vai fazer Bella? – perguntou de forma
carinhosa, como sempre tinha sido nos últimos anos. Rose era minha rocha. E se
não fosse por ela eu não sinceramente não sabia o que teria sido da minha vida.
Eu a amava demais, e nunca poderia ter uma irmã melhor, mesmo que estivéssemos
ligadas por DNA.
- Não tenho nada para fazer Rose – murmurei descansando a
cabeça em minhas mãos – Eu sabia que esse dia iria chegar – comentei fazendo
referência ao fato de Maggie conhecer seu pai – ela é muito inteligente Rose –
continuei olhando carinhosamente para a figura angelical de minha filha dormindo
no sofá. Rose e eu estávamos trabalhando em casa, o que deixou Maggie em estase,
agindo eletricamente durante toda á noite, se recusando a ir dormir em seu
quarto, pois queria ficar perto de sua madrinha, até que caiu exausta no sofá
- ela já faz perguntas sobre ele, já
conhece seu rosto – murmurei com os olhos marejados – ela acha ele o homem mais
bonito andando sobre a terra – sorri entre ás lagrimas.
- Exatamente como a mãe dela – comentou carinhosamente,
revirando os olhos – você nunca se perguntou como poderia ter sido? –
questionou, fazendo-me entender imediatamente o conteúdo de sua pergunta, a
mesma que eu me fazia durante todo esse tempo.
Eu nunca poderia deixar de me perguntar o que poderia ter
acontecido com nós dois se eu tivesse entrado naquele quarto, naquele fatídico
dia. Iríamos brigar? Ofender uns aos outros até que estivéssemos magoados
demais para nos olharmos? Trocaríamos insultos onde eu o chamaria de bastardo
egoísta e ele riria de minha cara dizendo que eu nunca poderia pertencer ao seu
mundo? Ou ele pediria perdão? Diria que me amava e que tudo não passava de um
terrível mal entendido?
Eu nunca poderia saber.
O fato era que eu era praticamente uma adolescente
ingênua, cheia de sonhos, humilde que tinha se apaixonado perdidamente por um
homem que já conhecia o mundo, fazia os próprios sonhos se realizarem e que
vivia uma vida que eu nunca poderia sonhar.
Eu era apenas uma garota que se descobriu grávida e experimentava pela
primeira vez na vida a dor da desilusão e encontrou na fuga o caminho mais
fácil.
- Eu penso nisso todos os dias Rose, e sei que é uma
resposta que nunca vou saber, de qualquer forma, eu não me arrependo, não é
como se ele tivesse procurado por mim – dei de ombros engolindo um caroço em
minha garganta.
- Edward procurou por você! Jake sempre avisou sobre
isso.
- Nas primeiras semanas? No primeiro mês? – zombei com
amargura – Isso não passou de um teatro para justificar minha partida perante
aos seus seguidores, não é como se ele não tivesse recursos financeiros para me
encontrar Rosalie, eu sei que fizemos de tudo para me esconder, diabos até usei
o nome de minha mãe, mas eu e você sabemos que nada pode parar Edward quando
ele quer alguma coisa, você mesma me dizia que contava os minutos em que ele
estouraria pela porta de Oxford me puxando pelos cabelos, e isso nunca
aconteceu! – exclamei.
- Você sabe que até hoje eu não entendo isso? – comentou
com om olhar distante – eu sei que nós demos um duro danado, para manter você
reclusa. Sei que se não fosse por Jake as coisas poderiam ser mais complicadas,
mas mesmo assim eu sabia que nada impediria Edward...
- Não somente Jacob, não podemos nos esquecer de Jenks, sem
ele eu estaria perdida naquele subúrbio até hoje – murmurei cortando-a,
arrepiada com a lembrança.
- Esse é o maior dos mistérios – murmurou de volta,
chamando minha atenção.
- Você nunca gostou dele – acusei, sabendo a antipatia
que sentiam um pelo outro.
- Não é uma questão de gostar Bella, eu só acho
que existe algo for de lugar. A forma como ele olha pra você, como ele se impõe
na vida Maggie e na sua – deu de ombros – você sabe que eu sempre achei que ele
nutre por você muitos mais sentimentos do que apenas amizade.
- Não começa com isso Rose – alertei, ficando
irritada. Eu sabia onde essa discussão iria. Nós sempre acabávamos batendo boca
quando esse assunto surgia. Rosalie poderia ser uma mula, e nada mudava sua
convicção de que Jenks estava tentando ficar romanticamente envolvido comigo.
- Você continua a se fazer de cega Bella –
suspirou pesadamente - Tudo bem okay! – espalmou a mão quando olhei seria em
sua direção – Eu sei que ele te ajudou muito, que se não fosse por seu trabalho
e os conhecimentos que possui, talvez, nós nunca teríamos conseguido mudar seu
nome sem chamar atenção. Mas você nunca se perguntou como ele conseguiu isso
rápido demais? Ou pior Bella, você nunca se questionou como ele conseguiu
registrar Maggie em nome do Edward sem que ele estivesse presente? Ou na pior
das hipóteses, como ele conseguiu os documentos dele? – perguntou, deixando-me
confusa – Olha! eu sei que é muita informação, mas eu venho pensado nisso por
um tempo. Na correria, no desespero de conseguirmos fugir do Cullen, deixamos
detalhes escaparem, e eu acho que está mais que na hora de você ter algumas
respostas.
- O que você está querendo dizer com isso Rose?
– perguntei atordoada, minha mente túrbida.
- Eu com versei muito com Jake sobre isso Bella,
eu não acho que Jenks surgiu naquele subúrbio do nada, ninguém é um anjo caído
do céu, como ele sempre fez questão de se mostrar para você, por favor pense
nisso – pediu, pegando minha mão suada.
- Você acha que ele.... – perguntei confusa em
uma perda de palavras. Eu nem conseguia me focar direito nas diversas duvidas
que borbulhavam em minha mente.
O que eu estava perdendo?
-Mamãe... – choramingou a voz de Maggie,
tirando-me do meu estupor – tá doendo..
- O que foi meu amor?– corri ao seu encontro notando
seu estado febril – Deus Rose, ela está ardendo de febre – chamei com a voz
embargada. Eu ainda ficava apavorada quando ela ficava doente.
- Nossa...ela está mesmo quente – ela sussurrou
passando a mão em seu rosto - Vai se trocar Bells, vamos levá-la ao
pronto-socorro – pediu se agachando ao meu lado também com os olhos marejados.
Não escapava do meu conhecimento que Rose e eu, mesmo juntas, não nos
comparávamos com uma mãe inteira, pois ambas éramos completamente inúteis
quando se tratava da minha filha doente. Se não fosse por Maria, provavelmente
teríamos pirado há muito tempo.
- Droga! Porque eu dei a noite de folga para
Maria? – apavorei correndo ao meu quarto, escutando o riso baixo de minha filha
seguido por uma tosse, quando eu esbravejei.
- Palavrão mamãe... – ela gritou da sala,
fazendo-me chorar enquanto colocava minhas calças jeans com pressa.
Maggie era minha vida, se alguma coisa
acontecesse com ela eu morreria.
- Desculpe bebê – eu disse voltando a sala
colando uma camiseta e recolhendo minha bolsa com pressa.
- Você me deve um dólar - sorriu com as bochechas vermelhas e olhos
brilhantes, sinais que sua febre estava bem alta.
- Mamãe vai pagar meu amor, e só você ficar
boazinha está bem? – perguntei com a voz chorosa, pegando seu corpinho pequeno
e frágil em meus braços – Você dirige Rose – pedi entregando-lhe as chaves.
- Vamos Bells... vamos levar minha princesa
nesse médico, assim ela pode receber os seus dez dólares – brincou fazendo com
que ela arregala-se os olhos – Você acha que eu não vou soltar alguns palavrões
no trânsito até chegar lá? – deu de ombros, fazendo-me revirar os olhos.
- Dez doláles...
vou ficar lica – comentou minha
meninas, amuada em meu pescoço – Eu te amo mamãe – sussurrou macio em com a
mãozinha quente em minha bochecha.
- Eu também amo você,
muito ..muito – respondi, dando vasão ás lágrimas e acariciando seu cabelo.
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- Maggie Swan – chamou a
enfermeira depois de quase ser estapeada por uma loira enfurecida pela demora e
ameaças de processo. Eu sinceramente achava que minha filha iria faturar uns
cem dólares até que saíssemos do hospital, tamanha era a irritação da minha
amiga que á essa altura já estava nos
braços de Jacob.
- Obrigado por vir Jake,
mas algumas horas, e você teria que pagar pela liberdade dela na delegacia –
zombei seguindo atrás da enfermeira – fique aqui, antes que ela cometa um
crime.
- Pode deixar Bells –
ele riu, piscando em minha direção, enquanto a mesma revirava os olhos em seus
braços. Era lindo o relacionamento
deles. Mas infelizmente, por mais que Rose amasse Jacob, eu sabia que seu
coração ainda pertencia a um pobre rapaz atordoado de Harvard.
- Pode entrar, o Dr.
Crowler já está chegando – pediu indicando uma cadeira na sala.
- Mamãezinha eu não quelo injeção na bunda... quelo ir pla casa – choramingou Maggie em meu colo. Esses eram os únicos
momentos em que ela parecia mais minha filha do que de Edward. Medrosa e com
pavor de agulhas.
- Vai ficar tudo bem meu amor, o médico bonzinho
só vai passar um remedinho para sua garganta e vamos para casa okay? –
sussurrei deitando-a em meu colo e acariciando seu cabelo, olhando aqueles
imensos olhos verdes que tanto lembravam seu pai.
- Pode ser com gostinho de molango? – sussurrou enrolando um dedo em meu cabelo.
- Claro que pode querida – sorri, beijando seu
nariz.
- Olá.. nós temos uma princesa dodói por aqui? –
perguntou o médico entrando na sala, fazendo-me arregalar os olhos surpresa.
- Bella? Isabella Swan?
- Tyler? – devolvi, realmente surpresa de
encontrar meu primeiro namorado após tantos anos.
- Deus Bella! É você mesmo, quanto tempo –
sorriu grande, vindo ao meu lado – Uau...que saudades de você! – exclamou,
abraçando-me desajeitado por causa da minha posição.
- Tylor.. nossa! Que incrível encontrar você por
aqui! – disse sinceramente. Fazia anos que eu não o via, e realmente estava com
saudades. Era muito bom ter uma parte mínima que fosse de minha antiga vida.
- Nossa! Por onde andou? Eu estive procurando
por você... seus pais não sabiam me dizer onde estava – perguntou encarando-me
fixamente – Você está ainda mais linda!
- Eu sou Maggie... ela é minha mamãe! – disse
minha menina, voltando novamente a ser parecida com seu pai. Não podia haver dois
seres mais territoriais de que Edward e Maggie.
- Ohh..sim minha desculpas princesa, eu sou
amigo de sua mãe, pode me chamar de tio Tylor está bem? – disse sorrindo,
acariciando seu cabelo.
- Você não é o médico doutlor? – perguntou desconfiada
- Sim – respondeu sorrindo.
- Então você deve estar cuidando de mim, sentado
ali – apontou para a cadeira do outro lado da mesa – minha galganta está dodói, eu não quelo
injeção que pica o bumbum, e a mamãe disse que o remédio pode ser de molango – falou em um único folego,
deixando-o de boca aberta, cruzando seu olhar com o meu espantado.
Não era a primeira vez que ela deixava as
pessoas sem fala por sua inteligência. Ela podia ser uma coisinha petulante
quando se esforçava para isso. Mais uma vez exatamente como seu pai. Eu ainda
me perguntava se havia a genética de personalidade. Eles eram tão parecidos,
que chegava ser assustador algumas vezes.
- Que erro meu princesa, você está com toda a
razão – ele se desculpou levantando-se – Bella você pode deitá-la na maca por
favor? – pediu enquanto pegava sua ficha e alguns objetos – Maggie você pode
abrir a boquinha para mim? – solicitou iniciando a consulta – Bem... ela está
com a garganta bem inflamada por conta de uma amigdalite, pode ter febre ainda por conta da infecção,
por isso começaremos um tratamento com antibióticos, em alguns dias ela estará
bem novamente – informou minutos depois, sentando-se em sua mesa.
- Eu posso tomar solvete? Eu vou ganhar dez doláles
da madilnha boca suja! – ela
perguntou um pouco mais desperta, fazendo com que ele gargalha-se.
- Ela é uma coisa em Bella? – riu – Não
princesa, sem sorvetes por enquanto, você pode guardar seu dinheiro ou talvez
comprar um chocolate – piscou fazendo-a corar.
- Rose tende a ser um pouco boca solta ás vezes –
soltei me desculpando sem graça.
Grande! Meu ex-namorado que não vejo depois de
anos, deve achar que sou uma mãe desajustada que deixa a filha conviver com um
bando de motoqueiros desbocados.
- Pronto! Aqui está a receita médica e os
cuidados que ela deve ter nos próximos dias – informou, entregando-me o receituário
– Eu ..humm... gostaria de vê-la na próxima semana.
-Ah.. sim claro, eu vou deixar marcado o retorno
assim que sair – avisei, ficando em pé.
- Bella...eu.. bem.. você gostaria de jantar
comigo um dia desses? Eu poderia ver Maggie e poderíamos conversar um pouco..
quer dizer se seu marido não se importar – jogou a isca, fazendo-me revirar os
olhos. Ele sabia que eu não era casada, não tinha passado despercebido por mim
quantas vezes ele tinha olhado em minha mão em busca de uma aliança de
compromisso.
- Mamãe não janta...
- Nós podemos marcar alguma coisa Tylor, meu
telefone está nos dados do formulário – respondi, cortando a coisa pequena no
meu colo. Ela ficava impossível quando estava com ciúmes.
- Eu vou ligar. Adorei te reencontrar Bells –
sorriu beijando minha bochecha – Foi um prazer te conhecer princesa –
cumprimentou beijando sua cabecinha deitada em meu ombro - Eu acho que ela dormiu – murmurou, notando-a
de olhos fechados.
Dormiu uma ova! – pensei comigo mesma querendo
rir.
- Ela está cansada. É melhor eu ir andando.
Adorei te reencontrar – disse sinceramente, olhando em seus olhos.
Eu nunca havia me relacionado com ninguém após
Edward, mesmo sabendo que ele estivesse gozando intensamente a sua vida,
conforme anunciavam as fofocas das colunas sociais que Rose fazia questão de
ler para mim e que me faziam chorar por horas durante a noite sozinha em meu
quarto.
Talvez esse era o problema em minha vida. Talvez
em vez de brincar comigo, o destino estava me mostrando uma nova saída...
- Até mais Bella! – ele sussurrou acariciando
minha bochecha.
- Até mais Tylor! – sorri de volta, saindo da
sala.
- Mamãe? – chamou Maggie ainda no corredor.
- Achei que você estava dormindo querida –
provoquei acariciando suas costas.
- Eu estava fingindo – confessou sonolenta.
- Jura? – brinquei segurando o riso – e porque
você fez isso?
- Você não pode namolar com ele... meu papai está chegando – disse baixinho, quase
ressoando, fazendo automaticamente meus olhos lacrimejarem.
- E como você sabe disso princesa? - perguntei
apertando-a ainda mais contra meu corpo.
- Eu escrevi pla
ele.....
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Beijos c/ carinho Lyyssa♥♥♥