Capítulo 038/02- PREPARANDO-SE PARA O CONFRONTO.
Bella– POV
- Bella.. era Edward... ele estava no PUB e foi exatamente como te contei,
em nossa mesa acompanhado por uma morena bonita, e eu posso garantir que eu a
conheço de algum lugar! – repetiu
Rose mais uma vez.
- Como Rose? Como depois
desse tempo todo o Cullen foi aparecer aí? Justamente em nossa mesa e acima de
tudo, porque diabos o brutamontes dele levou Jenks? – bufei mais vez ao
telefone.
- Nós não fazemos ideia Bells, a única informação concreta é que esse
brutamonte é Ephraim irmão de Jake e ele trabalha para Edward – suspirou do
outro lado.
- E Jacob simplesmente se esqueceu
de informar esse DETALHE? – gritei, praticamente arrancando meus cabelos.
- HEY! BELLS .. acalme-se! – gritou Jake de volta, ao que parecia Rose
havia colocado a ligação no viva-voz – eu
nunca comentei porque não tinha certeza – confessou – não é como se eu convivesse com ele, eu vejo meu irmão alguma vezes por
ano e ele não entra em detalhes sobre
seu trabalho, disse-me apenas que estava trabalhando para um figurão bilionário
e que estava finalmente ganhando dinheiro suficiente para bancar a academia
comigo, eu nunca consegui tirar dele mais que meia dúzia de comentários por
causa desse lance todo de código de ética e ser confidencial, portanto eu não
tinha provas. A única coisa que ele citou que me fez pensar em Edward era o
fato de que o chefe dele estava á procura de uma mulher, mas esse comentário
desapareceu tão rápido como surgiu e encerrou o assunto. Foi muito tempo atrás
Bella, eu não fiquei preso a isso – explicou nervoso.
- Tubo bem Jake – suspirei
profundamente – você não tem culpa de nada, nós sabíamos que esse dia iria chegar
certo? Desculpe-me por gritar com vocês – disse sinceramente.
- Tudo bem Bells, nós entendemos perfeitamente seu nervosismo –riu – nós quase borramos nossas calças quando o
vimos! – bufou – o olhar dele era
assustador – tentou brincar.
- Deus Bella! ainda quero gravar um CD boneca! e preciso estar vivo para
isso – brincou Jasper, fazendo-me sorrir um pouco – a propósito eu nunca vi uma criança ser tão parecida com o pai, Maggie
é a cara dele!
- Me conte sobre isso! –
revirei os olhos, mesmo que não pudessem ver – porque acha que é tão difícil
esquecê-lo? Sendo que o vejo todos os dias em minha filha? – murmurei, sentindo
minha garganta fechar.
- Nós todos sabemos que o motivo para não se esquecer dele é outro além
de Maggie, querida – comentou Rose, notando a falha em minha voz – mas isso é outro assunto – suspirou alto
– concentre-se em Maggie agora, Edward
vai aparecer e você não tenha duvidas sobre isso.
- O que ele poderia querer
com Jenks? Como ele o conhece? – perguntei confusa, irritada e aflita por
respostas.
- Nós estamos nos perguntando á mesma coisa – bufou Jacob – ele foi praticamente arrastado daqui por meu
irmão e a maneira que ele ficou quando viu Edward .... Bells.... ele ficou completamente apavorado. –
explicou tão confuso quanto.
-Nós vamos ter que aguardar Bella – completou Rose – esperar por noticias de Jenks, e seja qual
for nós vamos ter que ficar atentas, você sabe como eu sempre achei que tinha
algo a mais nessa bondade toda dele.
- Eu sei – suspirei
concordando.
- Mais uma coisa... bem... eu passei nosso telefone para a mulher que
estava com Edward, ele vai querer respostas Bells... saber sobre você.. isso se
ainda não souber onde está – explicou, deixando- me duplamente irritada.
Primeiro com o fato de aparecer
assim em minha vida, pegando-me de surpresa e segundo por voltar á ela acompanhado
por uma de suas amantes.
- Quem era ela Rose? –
rosnei.
- Eu não sei... eu já a vi por aqui, mas....
- Se não me engano era Alice – continuou asper – mas não posso ter certeza, confesso que estava encarando o pai de
Maggie.
- Alice?... que Alice? –
murmurei, buscando em minha mente confusa alguém no PUB com esse nome que
tivesse se aproximado de mim e minha filha, sentindo um leve tremor na espinha
com a lembrança aterrorizante da única mulher que conheci com esse nome e que
quase destruiu minha vida pela segunda vez.
- Nós não sabemos, mas vamos buscar informações com outras pessoas aqui
para saber se alguém a conhece e pode nós dizer algo. Mas conversamos okay?
- Tudo bem Rose – suspirei
cansada – eu espero vocês.. beijos –
despedi desligando.
Três anos.
Três malditos anos foi o
prazo que eu tive para me preparar para Edward Cullen, e precisei que o
inevitável dia chegasse para que soubesse que não estava preparada para
enfrentá-lo ainda.
Enquanto eu encarava o
celular desligado em minha mão e tentava ainda assimilar as palavras de Rosalie
em minha mente, eu sentia a tensão e o pânico tomarem conta do meu âmago. De todos os sentimentos que imaginei enfrentar
ao pensar em nosso reencontro, o medo definitivamente não era um deles.
Eu não tinha me preparado
para isso.
Abandonar Edward, mentir,
encobrir meu paradeiro tinha sido o único mecanismo de defesa para curar minha
ferida emocional. Uma tentativa desesperada de conseguir proteger o que restava
do meu coração partido e de mim mesma com nosso relacionamento. Uma pequena
parte de mim, que Edward não havia roubado e Meggie fazia parte disso.
Ela era meu maior segredo.
O único segredo que eu sabia que não poderia esconder para sempre a verdade que
sempre soube que teria que revelar.
Mas eu havia me equivocando
com as verdades que eu conhecia, porque na ânsia de me defender de Edward,
amparar meu coração e acima de tudo proteger Maggie de um mundo de mentiras e
crueldade em que ele vivia, eu havia me embotado do poder do mesmo. Eu não
contava com sua possível fúria, e isso me irritava, na mesma proporção que me
amedrontava.
Eu não contava com a raiva
de Edward, não o julgava no direito de se sentir traído quando na verdade,
estava armazenado em mim a ira por sua traição. Apenas eu tinha um motivo vivo
e real para me defender de sua influência, ao passo que eu jamais havia dado
motivos para ele me usar e enganar.
- Como ousa? – rosnei
apertando o telefone em minha mão, em uma raiva contida, quando na verdade eu
queria era pode jogá-lo em sua cara bonita e ordinária.
- Mamãezinha? – chamou
minha filha, aproximando-se de mim no balcão da cozinha – o que voxê tem?
- Nada meu bem, mamãe está
bem – menti, jogando o telefone na bancada e puxando-a em meu colo, suspirando
profundamente em seu cabelo, na esperança que seu perfume doce e inocente me
acalmasse como sempre.
- Polque voxê tem uma linha aqui e a soblancelha tá assim? – perguntou olhando em meu rosto, esfregando
seu dedinho entre meus olhos e imitando em sua face perfeita o meu olhar,
fazendo-me rir.
- Mamãe está com um pouco
de dor de cabeça – expliquei, beijando entre suas sobrancelhas, desfazendo o
franzido – você está tão linda – comentei olhando sua roupa – estava brincando
de desfile?
- Não mamãeee..... – fez
careta, revirando os olhos – você esqleceu?
– perguntou, deixando-me confusa - eu tenho fonolaudilologa
hoje, eu ainda tlo..troco as palavlas –
explicou cruzando os braços em frente ao peito em desagrado, exatamente como
seu pai, quando se sentia negligenciado.
- Ohh.. é mesmo – consenti,
tirando-a do meu colo – me dê cinco minutos para me trocar senhorita – brinquei
cutucando a ponta do seu nariz, indo em direção ao quarto.
- Não demola mamãe! – resmungou, fazendo-me rir e revirar os olhos. Maliaaaaaaaaaaaaaaaa
tem bolo? – gritou fazendo suspirar alto. Maggie era tão viciada em doces como
Edward e o pensamento que em breve poderiam estar juntos, fazia meu estomago
tremer.
..................................................................
- Você foi muito bem hoje –
elogiei Maggie, enquanto saíamos da clínica de mãos dadas.
- Eu sei – sorriu,
sacudindo os ombros – eu falei tudo.. tudo... cerrrrrrrtinho – brincou, fazendo
o exercício com a língua, fazendo-me sorrir – Nós vamos tomarrrrrrr sorrrvete
agoRa?
- Sim vamos – gargalhei de
sua insistência nas palavras – eu prometi não foi?
- Plometeu! – respondeu rápido, fazendo careta por errar.
- Lembra o que a médica disse? Falar devagar,
assim a língua não prende nas palavras – expliquei. Maggie falava perfeitamente
bem para sua idade, o único problema que tinha era que na sua ânsia de falar
rápido demais a fala se prendia em pequenos pontos.
- Está bem mamãe... vou
falarrrrrr devagarrrrrr – sorriu,
sacudindo seus cachos.
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- Maggie... – chamei,
enquanto estávamos sentadas na sorveteria ao lado de nosso prédio, provando a
delicia gelada.
- Sim mamãe – respondeu com
a boca cheia de sorvete.
- Você disse para a mamãe
que escreveu para seu papai, chamando-o para visitar – suspirei, engolindo com
dificuldade, colocando a sobremesa de lado – Bem... hum... se ele... se ele
viesse te visitar em breve estaria tudo bem? – pedi com cautela.
- Ohhh... meu papai lecebeu minha calta? – perguntou ansiosa, largando rapidamente a colher.
- Eu não sei querida... mas
eu acho que ele está chegando – tentei explicar.
- Como você salbe? Ele telefonou? Meu papai nunca
telefonou.. como ele vai saber onde a gente mola
se ele não ligou mamãe? – perguntou com os grandes olhos verdes arregalados de
curiosidade em minha direção.
- Seu pai pode descobrir..
não se preocupe com isso okay? – tentei explicar.
- Então ele vai palou de tlabalhar muito? Palou de
viajar no mundo todo e agola pode
ficar comigo? Ele pode mamãe? – perguntou com os olhos lacrimejantes. Estava
tão ansiosa e nervosa que estava praticamente falando todas as palavras de
maneira incorreta e saber que seu nervosismo era causado pelos meus erros e de Edward
estava me matando.
- Eu acho que sim meu amor,
mas vamos precisar conversar com ele está bem? – respondi com a voz embargada.
Se Edward aparecesse na
vida de Maggie para depois partir, eu iria matá-lo!
- Vamos embola mamãe... vamos... – chamou,
pulando do banco e largando toda sua sobremesa – plecisamos estar em casa quando o papai chegar.. eu pleciso
tomar banho e colocar meu vestido de plincesa...
eu sou a plincesa do papai .. VAMOS!
– gritou, com lágrimas nos olhos e os lábios tremendo.
- Hey...shhh.. calma meu
amor... – acalantei, segurando-a em meus braços – mamãe não sabe se ele vem
hoje, mas eu prometo que vamos ficar em casa esperando está bem? – sussurrei em
seu cabelo. Eu sabia que não poderia fazer promessas, mas por minha filha, eu
iria atrás de Edward, se ele não viesse atrás de nós.
- Você plomete mesmo? – fungou em meu pescoço.
- Prometo meu bem –
confirmei, sentindo um arrepio se instalar em minha coluna, uma sensação
estranhamente familiar que há muito não sentia, a nítida impressão de que
estava sendo observada.
- Vamos embola mamãe – pediu baixinho, grudada
em meu pescoço.
- Você não que mais seu
sorvete? – perguntei levantando-me e olhando ao redor. A sensação crescendo a
cada segundo.
- Não... – murmurou, ainda em meu colo – eu não quelo andar – disse manhosa.
- Tudo bem meu bebezão – provoquei, tentando
provocar uma reação. Pois achava ruim quando não era chamada de mocinha.
- Sou bebê plincesa
do papai – repetiu, fazendo com que meus olhos se enchessem de lágrimas e a
culpa mais uma vez se fizesse presente.
Será que na ânsia de proteger a mim e minha filha,
do mundo cruel de Edward eu tinha feito a coisa certa? – perguntava-me enquanto
caminhava para casa com ela em meus braços, sentindo a sensação de desconforto
ainda mais intensa.
Eu podia jurar que estava sendo observada e
seguida.
.................................
- Boa noite meu amor – sussurrei beijando sua
cabeça, deitando seu corpo adormecido na
cama, observando-a – eu não posso ter falhado com você – murmurei, acariciando
sua bochecha gorda e saindo do quarto.
- Porque você fez isso comigo Edward – chorei, como
não fazia á muito tempo, deixando toda a
tensão do dia tomar conta de mim – porque me traiu? Porque? – solucei em meu
travesseiro, dando vasão a uma enxurrada de lágrimas – porque não paro de te
amar... eu não posso deixar você magoar Maggie... – conversava comigo mesma, sentando-me
na cama, tentando enxugar as lágrimas e pegando o seu processo na mesinha – eu
não posso deixar minha filha em seu mundo... – repetia, tentando entre as
palavras, apaziguar os remorsos em meu coração.
- Bella?
Você está bem? – chamou Maria, olhando-me da porta do meu quarto.
- Eu não sei – confessei, deixando mais lágrimas
caírem – Maggie acordou? Ela não está muito bem.... eu...
- Ela está dormindo tranquila... mas... bem...
aconteceu algo estranho – comentou, chamando toda minha atenção.
- Como? Onde? Com ela? – pedi aflita pulando da
cama, jogando o processo no chão.
- Não... não.. se acalme – parou-me com as mãos –
Makenna ligou na portaria logo depois que você subiu... segundo ele um homem
desceu de um carro preto e perguntou por você e Maggie.. você sabe de algo?
- Não... eu.. eu estava o tempo todo na volta com
essa sensação de que estava sendo seguida – revelei, encarando seus olhos
sentindo meu corpo gelar.
- Seguida?.. isso é perigoso minha filha, temos que
chamar a policia – disse preocupada.
- Não... –
murmurei, voltando meu olhar para o chão, onde as folhas do processo estavam
caídas e a foto de Edward ao seu lado – eu acho que eu sei quem era!
Nosso confronto amanhã na
audiência seria inevitável e eu aproveitaria esse momento para enfrentá-lo de
uma vez por todas.
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